Início da Família Morato de Minas Gerais
Os
primeiros Moratos mineiros nasceram em Pitangui, filhos do casal Capitão
Miguel de Faria Morato (1703 - 1770) e Antônia Pais Botelho (1711 -
1777). O Capitão Miguel de Faria Morato era natural de Ribeira Grande, Ilha São
Miguel do Arquipélago dos Açores. Seus pais, Capitão Hierônimo da Costa
Morato e Josefa de Faria Correia, moradores em Ribeira Grande, assistiram seu
filho caçula partir para o Brasil. Miguel teve sete irmãos. Três deles
tornaram-se sacerdotes; um foi franciscano e outros dois do Hábito de São
Pedro. Um deles foi Prior e Mestre no Mosteiro de Ribeira Grande. O roteiro da
chegada de Miguel até Pitangui ainda precisa ser melhor documentada. Existem
narrações de descendentes de Miguel afirmando que, após uma passagem pela
cidade de Itu em São Paulo, veio para Pitangui, ali chegando com outros
pioneiros da região como: José da Silva Cardoso, Leandro Ferreira de Siqueira,
João de Morais Navarro.
Miguel de Faria Morato chegou ao Brasil com
o título de Licenciado e mais tarde conquistou o de Capitão em Pitangui. Na
Velha Serrana exerceu o cargo de Juiz dos Órfãos por alguns anos (1741 -
1743). Em 12 de abril de 1746 obteve sua Carta de Sesmaria perto de Conceição
do Pará, onde é hoje Itapeva, Capuava, Prata, Cavalão. Estabeleceu sua
Fazenda do Pará (ou Fazenda dos Moratos) próximo do Rio Pará. Com a construção
de seu engenho, foi um dos pioneiros da região na produção dos derivados da
cana-de-açúcar (rapadura, aguardente, açúcar). Além da cana, cultivava também
algodão. Sua “fábrica” (fazenda) contava com o trabalho de 25 “peças”
(escravos). Os escravos perfaziam na época um total avaliado em 1.500$000 ( um
conto e quinhentos mil réis). A relação de seus escravos e o valor de cada um
está descrita em seu inventário depositado no Arquivo Judiciário de Pitangui
(AJP).
Próximo da Sede, ainda hoje encontra-se o
Cemitério dos Moratos, que na verdade era o local onde os escravos eram
sepultados.
Da construção da casa ainda existem bem conservados os alicerces
oferecendo características que permitem uma reconstituição digital-virtual da
edificação. O local oferece também elementos para uma escavação arqueológica
colonial. Poderá tornar-se um valioso sítio arqueológico colonial.
Com o passar dos anos, Miguel foi comprando
terrenos em ambas as margens do Rio Pará e assim tornou-se proprietário de
vasta região. Sua propriedade chegou a ocupar terras que hoje localizam-se nos
municípios de Divinópolis, São Gonçalo do Pará, Nova Serrana, Onça do
Pitangui, Conceição do Pará. Miguel, prevendo que sua morte provocaria a
divisão do patrimônio de raiz entre os herdeiros, vendeu em vida e em seu
perfeito juízo a sua meação para sua esposa pela quantia de dezesseis mil
cruzados pelo prazo de 16 anos. Os documentos da venda se encontram no Arquivo
Judiciário de Pitangui. Após
a morte em 1777 de Antônia Pais Botelho a partilha entre os herdeiros foi
inevitável, iniciando a decadência do patrimônio.
Paralelo ao seu labor rural em sua fazenda, Miguel em 1753 obteve e operou áreas de mineração de ouro nos Córregos Água Limpa e Paciência (Data e Provisão concedida a Miguel de Faria Morato em 8 de janeiro de 1753 – Arquivo Público Mineiro).
Em sua atividade urbana, além de ter sido
Juiz dos Órfãos, Miguel assumiu em 1764 a Presidência da Câmara do Senado de
Pitangui.
Na
época a Capitania era dividida em Comarcas. Os Termos formavam as Comarcas. A
Comarca ficava na cidade ou vila principal. Os Termos, nas vilas. A Vila de
Nossa Senhora da Piedade de Pitangui pertencia à Comarca do Rio das Velhas,
cuja sede era a Vila Real de Nossa Senhora da Conceição do Sabará. O poder
administrativo no Termo era representado pela Câmara. Era sua competência
resolver as questões administrativas, judiciais e
policiais do local. Durante o século XVIII o Senado da Câmara de
Pitangui era composto por dois Juízes Ordinários, três Vereadores, um
Procurador e um Escrivão. A eleição era indireta e de acordo com as “Ordenações
Filipinas”, publicadas em 1603. A Lei de 1° de outubro de 1828 extinguiu com
tal estrutura do “Senado da Câmara” e criou a Câmara
Municipal com seus membros sendo eleitos pelo voto direto do
povo. Os membros do Senado da Câmara – Juízes Ordinários, Vereadores
e Procurador – deviam ser escolhidos entre os homens de maior capacidade,
probos e independentes (quanta diferença dos dias atuais!!).
Em
1764, Miguel de Faria Morato presidiu o Senado da Câmara de Pitangui, cuja
constituição foi a seguinte :
Juízes
: Miguel de Faria Morato (Capitão
e Licenciado)
Inácio de Oliveira Campos (Capitão)
Vereadores
: Antônio de Souza Machado
Francisco
Soares Branco
Domingos
de Morais (Capitão)
Procurador
: Francisco José da Silva
Escrivão
: Miguel da Silva Pinto
A
presença ativa e correta do patriarca da família Morato no cotidiano da vida
política e social da comunidade de Pitangui constituiu importante legado aos
seus descendentes. Quando Pitangui em 1955 comemorou seu centenário como cidade
e em 1965 o seu 250° aniversário
de sua existência, era chefe do
Executivo Municipal o saudoso Prof. José Morato, 4° neto (tetraneto) do Capitão
Miguel de Faria Morato.
Após
o breve resumo sobre o Capitão Miguel de Faria Morato vamos escrever algo de
sua esposa Antônia Pais Botelho. Antônia nasceu em 1711 em Santo Antônio do
Bom Retiro da Roça Grande, Minas Gerais. Hoje, Roça Grande é um bairro de
Sabará. Antônia Pais é portanto uma genuína mineira. Antônia é filha do
casal Manoel da Mota Botelho e Catarina Pais Leite. Foi a segunda dos oito
filhos do casal. Seus irmãos eram Miguel da Mota, mais velho, Antônio da Mota,
Fernando da Mota, Joana da Mota, Manoel, Romão e Manoel. Manoel da Mota Botelho
é também açoriano como Miguel de Faria Morato, natural de Maia, Ilha de São
Miguel, Açores. Catarina Pais Leite é paulista, natural da cidade de São
Paulo, filha de Margarida Pais e neta de bandeirante e índia carijó. Os pais
de Antônia casaram-se na Matriz de Ouro Preto. Após um tempo de morada em
Santo Antônio da Roça Grande seus pais mudaram-se para a cidade do Rio de
Janeiro, onde na Freguesia de Irajá possuíam uma fazenda de nome Fazenda da
Cruz. Depois de alguns anos, Manoel
da Mota Botelho mudou-se novamente para
Minas Gerais, radicando-se definitivamente em Pitangui. Deixou como
administrador da fazenda de Irajá o seu irmão Antônio da Mota Botelho. Quando
em 29 de julho de 1730 Antônia Pais, então com 19 anos, casou-se na Matriz de
Pitangui com o Licenciado Miguel de Faria Morato, recebeu de dote de casamento a
metade da fazenda de Irajá com
seus bens. Em 1736 com a morte de sua mãe Catarina Pais Leite foi-lhe entregue
a quantia de 1.379$000 (um conto e trezentos e setenta e nove mil réis) de sua
parte, do total de 5.517$000 (cinco contos e quinhentos e dezessete mil réis),
avaliação final da Fazenda da Cruz na Freguesia de Irajá da cidade do Rio de
Janeiro. Antônia Pais faleceu na Fazenda do Pará em 1777 e foi sepultada na
Capela da Comunicação em Conceição do Pará. Foram rezadas 20 missas
e uma de corpo presente em Conceição do Pará, assim também como
outras 20 missas pelo seu filho padre José de Faria Morato em Picadas e mais 20
missas em São Gonçalo do Pará pelo padre José dos Gomes Clemente (todos os
recibos das missas estão anexos ao inventário de Antônia Pais Bottelho).
Miguel
de Faria Morato e Antônia Pais Botelho tiveram os seguintes filhos :
-
Maria
Pais de Faria.
Foi casada com Santos Ferreira Guimarães. Deixou inventário (1783). Moravam na
Fazenda Duas Barras e deixaram os filhos Geraldo Antônio dos Santos, João
Manoel dos Santos, Antônia Maria dos Santos, Ana Maria dos Santos e Custódia
Maria dos Santos. A localidade denominada “Geraldo”, próximo de Nova
Serrana está ligada ao seu filho Geraldo Antônio dos Santos.
-
Francisca
Xavier de Faria.
Foi casada com Luiz Gomes Gaia. Luiz Gomes Gaia nasceu em 1704 na Vila de Portel,
em Portugal. Moravam na Fazenda da Paciência da Onça. Francisca deixou inventário
(1818). Luiz faleceu em Pitangui em 1795 deixando também inventário. Tiveram
os filhos Maria Gomes de Faria, Luiz Gomes Gaia Filho, Ana Gomes Xavier de
Faria, Francisco Gomes de Faria.
-
Caetana
Pais.
Casou-se com José Antônio das Neves. Ainda não encontrei filhos. Moravam em
Brumado, próximo de Pitangui.
-
Antônio
de Faria Morato.
Foi casado com Francisca Maria da Silva e tiveram os filhos Caetana e Miguel.
Antônio foi vereador em Pitangui em 1763. Faleceu antes do seu pai Miguel de
Faria Morato.
-
Josefa
de Faria Morato.
Nasceu em 1735 e faleceu em sua fazenda na região do Choro (norte de Divinópolis)
em 1803. Foi casada com Francisco Álvares Ramos e não teve filhos. Seus bens
ficaram para seus irmãos e sobrinhos.
-
Antônia
Pais de Faria
(1745-1794). Foi casada com Manoel Alves Coelho. Tiveram três filhos : Manoel
(1779 - ?), João (1780 - ?) e Antônio (1783 - ?). Moravam na fazenda da região
do Lambari. Antônia e Manoel deixaram inventários em 1794 e 1785.
-
Maria
Leite de Faria.
Nascida em 1746. Morava na Fazenda do Pará com seus pais. Parece que não se
casou e teve morte precoce.
-
Catarina
Pais de Faria.
Nasceu em 1748 e faleceu em 1820 na Fazenda Boa Vista, Aplicação de Santa
Luzia do Rio Manso, Freguesia do Curral de EL’ REI, Comarca de Sabará. A
fazenda era do Alferes João Ferreira Pinto, casado com sua sobrinha Ana Gomes
Ferreira de Faria. Catarina não se casou. Faleceu no estado de solteira e foi
sepultada na Capela de Santa Luzia do Rio Manso. Encontrei o seu testamento na
casa de Borba Gato na cidade de Sabará. Instituiu sua testamenteira e herdeira
em primeiro lugar sua sobrinha Ana Gomes Xavier de Faria.
-
Francisco
de Faria Morato.
Nasceu em 1749 e faleceu em 1834 (testamento e inventário). Tornou-se um líder
da família. Obteve o título de Alferes e foi o sucessor do pai nos negócios e
afazeres da Fazenda do Pará. Foi inventariante da mãe, avalista do cunhado
Luiz Gomes Gaya, na ocasião que este arrematou em hasta pública a fazenda que
foi de sua irmã Josefa de Faria Correia na região do Choro, no Curato do Espírito
Santo de Itapecerica (Divinópolis). Alforriou uma de suas escravas. Premiou em
seu testamento também um de seus escravos. Ajudava seus irmãos e orientava
seus filhos. Realmente o Alferes Francisco de Faria Morato possuía carisma na
região da mesopotâmia em que viveu (região entre os rios Pará e São João),
próximo da Cachoeira de Itapeva (passagem de pedras). Existe até hoje uma
pequena ilha formada pelo rio Pará. Nesta ilha o Alferes Francisco desenvolveu
uma fecunda lavoura de milho que, muito depois de sua morte, continuou sendo o
sustento de seus familiares posteriores. Francisco, apesar de sua “Beata Ruris
Otia” às margens do Rio Pará, levava uma vida urbana ativa em Pitangui, onde
possuía e morava em confortável casarão. A construção ficava na Rua da
Matriz Velha, que em 1869 mudou o nome para rua Sete de Setembro e mais
recentemente rua José Gonçalves. Após a morte do Alferes, já constando em
seu inventário, o casarão foi arrematado pelo Tenente-Coronel Luiz Álvaro
Morais Navarro em 1837. Foi demolida pouco antes de 1871. O funeral do Alferes
Francisco de Faria Morato em Pitangui foi um acontecimento marcante. Transcrevo
o recibo que encontrei onde é o fato relatado com detalhes curiosos :
“Certifico
que com o funeral do Alferes Francisco de Faria Morato, meu paroquiano, cujo
corpo foi sepultado dentro desta Matriz de Pitangui, ali se fez Ofício solene
com que se fez a seguinte despesa :
Ao
Reverendo pároco por missa cantada ofício de encomendaçao e ofício de
sepultura ....................13$800
Ao
Reverendo Dr. Belchior ......................................7$200
Ao
Reverendo Francisco Martins .............................7$200
Ao
Reverendo José Ferreira Taveira .......................1$200
Ao
Sacristão para reger o ofício e assistir à missa ...6$000
O
estudante Francisco Fulgêncio ............................2$000
O
estudante Antônio ................................................2$000
O
estudante João Batista .........................................2$000
Hábito
do Caixão ......................................................8$620
Cera
......................................................................56$500
Música....................................................................36$000
Risco
e Cruz.............................................................1$200
SOMA
= 143$720
Na
qual quantia importou o dito funeral segundo os documentos que me foram
apresentados. O referido é verdade e o juro aos Santos Evangelhos.”
O
Vigário Encomendado Joaquim Gonçalves da Silva.
Pitangui, 7 de outubro de 1835.
Pelas
despesas, podemos deduzir: quanta vela(cera), quanta música!!!!! Vela para
iluminar a cidade!! Será que naquela época já havia o atualíssimo superfaturamento
das nossas obras e serviços públicos???
O
Alferes Francisco de Faria Morato, já bastante idoso, foi acometido de grave
moléstia. Foi nomeado seu Curador seu genro Domingos de Freitas Mourão.
Observei que em documento apresentado pelo Curador constando despesas feitas
referente ao doente seu sogro, compra
de várias garrafas do legítimo vinho do Porto. Ótimo remédio para o corpo e
a alma!! O Alferes Francisco tornou-se importante na pesquisa genealógica da
família Morato. Grande número dos atuais Moratos são descendentes diretos de
seus filhos e netos. Teve filhos de dois casamentos e uma filha quando já viúvo
do segundo casamento. Seu primeiro casamento foi com Francisca Maria de Jesus,
tendo o casal os seguintes filhos: João Francisco de Faria Morato, Manoel
Jacinto de Faria Morato, Francisco Antônio de Faria Morato, Miguel de Faria
Morato (mesmo nome do avô), Francisca Xavier de Faria, Maria Joaquina de Faria
Morato, Eufrásia de Faria Morato, Ana Joaquina de Faria. No total foram 8
filhos do 1° casamento. Manoel Jacinto foi morar fora da Capitania (200 léguas
distante de Pitangui). Francisco Antônio de Faria Morato tornou-se padre. Foi
Capelão em 1824-1826 do Curato do Divino Espírito Santo de Itapecerica (Divinópolis).
Francisca Xavier de Faria, apesar de casada, não deixou geração. Seu segundo
casamento foi com Margarida Rosa do Divino Amor. O casal teve 4 filhos : José
Basílio de Faria Morato, Antônio de Faria Morato, Maria Antônia da Silva, Angélica
Joaquina de Faria. O autor desta pesquisa é 4° neto (tetraneto) de José Basílio.
Angélica Joaquina de Faria casou-se com João Paulo Soares de Faria e um de
seus filhos, Justino Theodoro de Faria , é o trisavô do colaborador e
incentivador desta pesquisa Dr. Paulo Guimarães Morato. Após ficar viúvo
pela segunda vez, Francisco de Faria Morato teve com sua escrava Maria,
da nação Bengala, a filha Faustina de Faria Morato. O Alferes libertou mãe e
filha e em seu testamento igualou para todos os direitos, inclusive o de herança,
esta sua filha com os filhos legítimos dos dois casamentos anteriores. A sua
vontade testamentária foi concretizada. Com Faustina teve início os Moratos
que apresentam características da raça negra, e são geneticamente, portanto,
Moratos legítimos, ao contrário de Moratos descendentes de escravos que usaram
o sobrenome Morato em homenagem aos seus senhores da época.
-
Joana
Leite de Faria.
Nascida em 1751. Encontrei poucos dados. Parece que não se casou e vivia em
casa do padre José de Faria Morato, seu irmão, em São Bento do Tamanduá
(Itapecerica).
-
Ana
Pais de Faria.
Nasceu em 1753. Foi casada com Manoel Luiz de Mendonça. Ainda não encontrei
documentos suficientes para saber se deixou geração.
-
José
de Faria Morato.
Ordenou-se sacerdote secular do Hábito de São Pedro, no seminário de Mariana,
Minas Gerais. Pesquisei o seu “De Genere Vita e Moribus”, que está
depositado no Arquivo Eclesiástico da Arquidiocese de Mariana, Processo n°
1127 – ano 1753 – Lugar Pitangui. Este documento está em estado de conservação
deplorável, ocasionando enorme dificuldade para ser analisado. Ana, uma das
filhas de sua irmã Francisca Xavier de Faria, foi batizada por ele, na oratória
de seu pai Capitão Miguel de Faria Morato. Quando da morte de sua mãe,
celebrou em intenção da falecida 20 missas. Exerceu o ministério sacerdotal
na Capela de São Francisco de Paula, na Freguesia de São Bento de Tamanduá
(Itapecerica), onde faleceu aproximadamente em 1778. Deixou testamento, tendo
sido testamenteiro o Capitão João Vieira da Veiga.
-
Miguel
de Faria Morato Filho.
Cursou o seminário de Mariana. O seu processo de “De Genere, Vita e Moribus”
está depositado no Arquivo Eclesiástico da Arquidiocese de Mariana, Cúria
Metropolitana – Processo n° 1709 – 103 páginas – ano 1751 – Procedência
Pitangui. Ao contrário do “De Genere” de seu irmão padre José de Faria
Morato, o estado de conservação é bom, o que permitiu uma boa leitura e análise.
No processo existe uma carta precatória do Bispado de Mariana para o Bispado de
Angra do Heroísmo, na Ilha Terceira, Açores. Tal precatória fornece dados
importantíssimos para o levantamento genealógico de seus avós paternos e
maternos. Consegui mandar confeccionar uma cópia a laser do processo a partir
de xerox gentilmente cedida pelo ilustre genealogista Dr. Guaracy de Castro
Nogueira, instituidor da Fundação Educacional e Cultural Maria de Castro
Nogueira, sediada na cidade de Itaúna, Minas Gerais. Aqui apresento meus
sinceros agradecimentos ao culto e nobre pesquisador mineiro. A data de
nascimento do Miguel de Faria Morato pelo processo do seu “De Genere” seria
02/09/1739. Miguel Filho parece que não se ordenou, pois teria falecido antes.
No inventário de seu pai não consta como herdeiro (1771). Não consegui ainda
documentos de seu trabalho sacerdotal em qualquer Capela ou Freguesia. É um
assunto para ser pesquisado.
Com
este simples resumo apresentei os primeiros Moratos nascidos em Minas Gerais.
Filhos e netos do Patriarca de nossa Família originada na Velha Serrana. Os
descendentes, ao correr dos anos, com trabalho e honestidade, muito ajudaram o
progresso do Centro-Oeste de nossa Minas Gerais.